Há tempos Karen não saía para se
divertir, e justamente hoje seu melhor amigo tinha a chamado para ir à algum
lugar, e a escolha seria o mesmo barzinho de sempre, com a habitual trilha
sonora entre Aerosmith e AC/DC. Ela sabia que era bonita e gostava que os
olhares se dirigissem a ela, por isso colocou seu melhor vestido, o coturno
preferido e passou o batom mais vermelho que tinha. Felipe não se atrasou ao
pega-la em casa, e não hesitou em dizer como ela estava linda – Karen apenas
sorriu e disse que ele não estava nada mal também e ficaram rindo e contando
piadas, eram amigos de anos e anos já. Chegaram ao conhecido pub, se sentaram à mesa que mais lhes
era confortável e começaram a conversar – os dois adoravam falar sobre o
universo, filósofos, um pouco de nada e chegar a conclusão nenhuma também,
contanto que o copo estive cheio. Karen queria extravasar ao máximo essa noite
e apenas sussurrou para Felipe “não me
deixe fazer nenhuma besteira hoje à noite” Felipe sorriu – já havia visto
Karen algumas vezes passando mal depois de beber ou pulando feito louca e
cantando sem parar – falou que sim, ele seria o sóbrio da noite, alguém tinha
que voltar dirigindo e entre copos de cerveja e doses de uísque a conversa e a
noite iam passando. Karen já estava meia tropeça quando decidiram ir embora às
03hrs da manhã, Felipe não estava totalmente são, mas podia andar em linha reta
e dirigir muito bem. Voltando para casa cantando Beatles o mais alto que
podiam, Karen sentiu algo diferente – quando avistou a primeira rua que virava
à esquerda, sem aviso prévio virou o volante. “Você ta louca Karen?” perguntou Felipe. “Pare o carro” disse ela com os lábios amortecidos, quando já
estavam longe da pista e embaixo de um poste com lâmpada queimada. Ela conhecia
aquela rua e sabia que ninguém passaria ali, nem policiais, nem bandidos, nem
ninguém. “O que foi? Ta passando mal?” perguntou
Felipe. Karen negou com a cabeça e sorriu, abaixou o volume do rádio e encarou
Felipe e assim que o olhar de ambos se encontraram Karen avançou e o beijou,
era um beijo doce com um gostinho de uísque. Felipe era quente, mas ela já
sabia disso. Karen avançou querendo ir para cima de Felipe, mas ele recuou e se
soltou dela, “você pediu para que não
deixasse você fazer nenhuma bestei...”, Karen fez “xiiu” com os lábios, “eu sei o que eu disse” e voltou ao
beija-lo. Desta vez não houve protesto, Felipe também queria aquilo mais que
nada no mundo. Karen foi para cima dele e assim que seus quadris se encontraram
ela soltou em leve gemido. O carro não era tão grande, mas eles faziam o melhor
que podiam. Felipe delineou o pescoço dela com os lábios até chegar na
clavícula e Karen abriu o zíper dele. Eles formavam uma bela dupla e pouco a
pouco iam se transformando em um, o movimento era contínuo e ambos sabiam o que
fazer para satisfazer um ao outro. Karen já estava cansada quando ambos
chegaram ao ápice do prazer, ela sorriu e repousou a cabeça no ombro dele. “Você é louca” disse Felipe ofegante, e
ela sabia disso. Olharam no relógio e já eram 05hrs da manhã, se arrumaram e
Felipe dirigiu para a casa dele, o melhor de se ter um bom emprego e um bom
diploma, é conseguir se sustentar sozinho. Karen entrou no apartamento dele,
encontrou sua blusa jogada, havia esquecido na última visita, tirou o vestido, a lingerie e caiu na cama, Felipe não
demorou para fazer o mesmo, se abraçaram e dormiram como tantas vezes haviam
feito antes – eram amigos, amantes e namorados.
Raphaela Barreto